Resultados das primeiras reuniões das RAINs

Source: Pieter Verdonckt/INAGRO

Entre Maio e Setembro de 2017 foram organizadas, nas nove regiões que participam no projeto AFINET, as primeiras Redes Regionais de Inovação Agroflorestal (RAINs). O objetivo da primeira reunião foi obter uma melhor compreensão acerca das principais limitações e falhas de conhecimento em relação à prática de sistemas agroflorestais, e por esse motivo, foi decisivo obter uma boa representatividade de todos os seus profissionais. E de facto, as RAINs foram formadas por grupos bem equilibrados de diferentes parceiros, com diferentes origens:  Proprietários e Produtores, Associações de Produtores e Gestores, PMEs do sector,  serviços de aconselhamento e extensão rural, investigadores, legisladores e administração pública.

Assistiram a estas reuniões RAIN um total de 234 parceiros. Em média 26 parceiros por RAIN, variando entre 10 e 60. Em quase todas as regiões a participação de agricultores e profissionais do sector excedeu 30% dos participantes. Um total de 83 agricultores participaram nestas reuniões, contribuindo com uma valiosa partilha das suas experiências.

O principal objetivo desta consulta aos parceiros foi o de identificar inovações agroflorestais e necessidades de transferências de conhecimento, começando com as limitações e os problemas enfrentados pelos profissionais da área.

De modo a recolher informação sobre estas limitações e falhas no conhecimento, foi organizada uma sessão de brainstorming por cada um dos innovation brokers.

Por um lado, foram identificadas diferenças evidentes entre as várias regiões. Por exemplo, nalgumas delas não existe uma definição clara de sistema agroflorestal, e por conseguinte não existem acessos a sistemas de subsídio; enquanto noutros países já existem a legislação e o apoio legal, como resultado de contactos anteriores entre peritos agroflorestais e legisladores. Focarmo-nos especificamente nestas diferenças entre regiões irá estimular a polinização cruzada entre elas.

Por outro lado, existem também problemas, falhas no conhecimento e necessidades claramente semelhantes sobre as quais nos iremos focar e trabalhar conjuntamente com todos os parceiros e RAINs do AFINET.

As limitações mais frequentemente mencionadas são a falta de informação sobre a análise custo-benefício de sistemas agroflorestais (tradicionais) e sobre as espécies/variedades mais adequadas (combinações de animais, árvores e culturas) para condições específicas de clima, solo e uso da terra, de modo a maximizar os benefícios das agroflorestas (produção, melhoramento do solo, parasitas antagonistas). Em quase todas as regiões também foram mencionadas a falta de diretrizes práticas, de boas-práticas e de explorações-tipo.

Finalmente, foi considerado como prioridade uma melhor análise da procura, oferta e oportunidades de marketing de produtos agroflorestais (frutos, nozes, novas culturas – como o lúpulo, ou madeira de álamo, etc.).

O resultado desta primeira sessão de brainstorming é uma base importante para contextualizar a Knowledge Cloud, as fichas técnicas, conteúdos de futuras newsletters e como indicação de quais as trocas de informação e cooperação que deverão ser estabelecidas entre as regiões, para partilha de conhecimento. 

Para além destes assuntos ainda houve tempo para que os participantes se apresentassem, fossem explicadas as linhas gerais do projeto AFINET, e nalgumas regiões a reunião foi conciliada com uma visita de campo a uma exploração.

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